Em princípio esta pergunta pode parecer que não nos oferece uma saída. Mas se olharmos com mais profundidade, veremos que são dois conceitos, a meu ver, diferentes enquanto ponto de partida e de chegada.
Costumo sempre afirmar que não existe mal algum em se querer ter uma vida material boa e confortável. Já trabalhei esta questão com diversos terapeutas, sempre mostrando a necessidade de valorizarem a si mesmos e ao seu trabalho. E é exatamente aqui que quero introduzir um outro conceito, que é mais que um conceito, mas uma forma de encarar a vida: a gratidão.
Gratidão não é simplesmente uma palavra ‘bonitinha’ que entrou na moda. É muito mais do que isso. É aí que vejo a diferença entre ser insaciável e ser ambicioso. Podemos e devemos sim ter ambição na vida, querermos evoluir, crescer, ampliar horizontes, ir mais além, transcendendo obstáculos e barreiras. Essa minha visão da ambição. Mas quando falta a gratidão por tudo o que se alcança e recebe, como se a vida “nos devesse”, corremos o sério risco de nos tornarmos insaciáveis. Nada preenche, nada alimenta, nada plenifica, e perigosamente nos tornarmos uma espécie de “saco sem fundo em escuro abismo”, posicionamento este que trará com toda a certeza, inúmeros infortúnios.
Vivemos em um mundo material em que precisamos encontrar o equilíbrio entre as coisas. Desejar, ambicionar, lutar sim por uma vida melhor. Mas sempre ter essa indefinível sensação de algo que faz bem à alma, e que permite um senso de harmonia ainda que estejamos vivendo em mundo caótico e pleno de contradições.
Gratidão não é simplesmente ‘agradecer’. É o sentimento de encantamento pela magia da vida, que surge nas grandiosas, mas principalmente nas singelas conquistas cotidianas. E é sem dúvida o que fará a fundamental diferença. Pensem nisso com carinho. Um lindo dia a todos!
Monica Cristina Guberman
Psicóloga Clínica
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