Fui uma criança muito quieta, muito tímida mesmo, uma aluna brilhante mesmo sem saber o que era isso. Não fazia parte da “turma popular”, mas da turma dos “nerds”, na terminologia de hoje em dia. E é claro sofria por conta disso muito bullying com frequência, termo este que não existia naqueles dias como em tempos atuais.
E posso dizer o quanto isto é doloroso para todo e qualquer adolescente que busca seguir em seu processo de individuação e estabelecimento de uma autoestima saudável. Não foi nada fácil!
Mas um dia, orientada pelo meu pediatra, meus pais buscaram terapia para mim, eu tinha 12 anos. E passei a frequentar semanalmente um grupo de terapia para adolescentes, por quatro anos. E posso dizer que este movimento salvou minha existência, por assim dizer. Claro que a terapia não fez isso sozinha. Eu queria, mesmo sem saber bem como, sair desesperadamente daquela situação.
Vez por outra os noticiários nos chocam com notícias extremamente tristes e impactantes, das consequências de situações como essas, que não terminam tão bem assim, muito pelo contrário. Algo absolutamente lamentável, onde podemos testemunhar atos cruéis para com jovens que ainda não descobriram a sua força emocional interna em tempo.
E percebo com enorme tristeza, mas um “Q” de esperança, o quanto ainda temos a evoluir no desenvolvimento de sentimentos mais nobres onde a compaixão, a empatia e a solidariedade possam estar presentes, e isso desde muito cedo na vida. Um longo caminho pela frente, então vamos “arregaçar as mangas” e começar! Um lindo e transformador dia para todos!
Monica Cristina Guberman
Psicóloga Clínica
Psicoterapia de adultos, gestantes e da pessoa idosa. Orientação de pais.
CRP 06-84011