Estou na “ativa” enquanto profissional da área de saúde mental há algumas décadas e venho observando com grande atenção e interesse, o crescimento e evolução de algumas gerações de jovens. E posso lhes dizer que olho para essas transformações com encantamento mas também com alto grau de preocupação. Percebo na atualidade uma enorme tendência ao que eu chamaria de ‘preocupante lentificação no processo de autonomia e independência’. Os jovens estão sob certo aspecto, demorando mais a amadurecer, postergando mais a ‘saída da casa dos pais’, adiando de uma maneira um tanto ou quanto indefinida a definição de suas ações no mundo, num processo de adiamento quanto a consolidação de uma vida adulta. Não são todos, é claro, mas um grande número deles.
Em tempos anteriores, as coisas sob um ponto de vista material não eram nada fáceis. Continuam não sendo de forma alguma, mas o progresso tecnológico e as facilidades de um mundo moderno, propiciaram a “ilusão de que tudo posso na hora que quero”. E isto é extremamente perigoso sob um ponto de vista de funcionamento na vida.
Por essa razão se torna fundamental ensinarmos aos nossos jovens, a lidarem com frustrações e a se fortalecerem emocionalmente cada vez mais, compreendendo que a Vida não é um fato dado em si, mas que precisa ser ativamente conquistada e que isso fundamentalmente vai depender de cada um de nós.
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Monica Cristina Guberman
Psicóloga Clínica
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