Na prática clínica ao longo de muitos anos, tenho visto mulheres que relatam com até certo orgulho, o quanto se desdobram, se derramam, se anulam e se entregam incondicionalmente na tentativa de “salvar” seus maridos, namorados e companheiros. Elas lutam por vezes por anos, uma batalha que de gloriosa nada tem, silenciosa, oculta em seus lares, cavando abismos cada vez mais profundos e dolorosos em sua alma. E afirmo ser esta uma armadilha absurdamente complexa e ilusória na qual se deixam aprisionar, descobrindo com enorme sofrimento, mais cedo ou mais tarde, usualmente esta segunda opção, o quanto deram sua juventude e entregaram seus sonhos a um círculo vicioso de sofrimento sem fim.
Mas você não estaria exagerando um pouco Monica, você pode perguntar querido leitor. Não. Não estou exagerando de forma alguma, lamentavelmente. Mas o que fazer então? Em primeiro lugar compreender e aceitar o fato de que ninguém, ninguém mesmo salva qualquer outra pessoa. Em segundo lugar buscar descobrir quais as motivações inconscientes que te levam a fazer esta escolha ‘amorosa’. E coloco entre aspas como uma forma de demonstrar que fortíssimas razões inconscientes, muito profundas mesmo, conseguem se disfarçar de “amor”.
Sei perfeitamente bem, melhor do que ninguém, o quanto mudar nosso roteiro de vida é difícil e delicado, demandando enorme dedicação, altíssimas doses de coragem e grande respeito por si mesma. Mas sei também o quanto isto é fundamental, uma questão de “vida ou morte”, que frequentemente pode ser simbólica, mas lastimavelmente pode se tornar literal. Portanto eu digo, pensem nisto com muito carinho, e mais do que isto, ajam em seu favor enquanto é tempo. Vai super valer à pena! Beijos de luz e amor em seus corações
Monica Cristina Guberman
Psicóloga Clínica
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