Isolamento social, como será o amanhã?

O desenvolvimento humano demanda obrigatoriamente o contato social, o toque, o abraço, as interações afetivas e comportamentais cotidianas, o “olho no olho”, a percepção da expressão gigantesca de comportamentos não-verbais que expressam muito mais que as palavras.
E surge a pergunta que se recusa a calar, e que tanto tem preocupado pais e profissionais das áreas de saúde: qual o impacto que tantos meses, e chegaremos infelizmente a anos, de isolamento social causará no desenvolvimento das crianças? Impossível termos a exata noção neste momento.
Sabemos que por mais que os pais se esforcem em funcionarem enquanto pontes, e em fazerem o seu melhor, as reações serão completamente individuais, e dependerão enormemente da estrutura intrínseca e interna de cada criança.
E penso que enquanto humanidade temos estado ciclicamente em crises, passamos por guerras, perdas, dores inimagináveis, tempos em que a nossa capacidade de criar os cenários mais terríveis seriam limitados se não fossem tão dolorosamente reais. E como psicóloga digo que não será simples ou fácil, mas confio de verdade na capacidade dessas crianças tão fantásticas em lidarem de uma forma que possa surpreender a todos nós. Um longo processo eu sei, mas como usualmente costumo dizer, se está acontecendo, é porque saberemos lidar com isso. E sairemos mais fortes e melhores. E com certeza esses pequenos por mais estranho que possa parecer, estarão melhor equipados para lidar com um mundo futuro, que nem ao menos ousamos imaginar. Só nos resta no presente, fazermos o que é possível enquanto pais amorosos e responsáveis e confiar.
Monica Cristina Guberman
Psicóloga Clínica
Psicoterapia e Orientação de Pais
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