Em décadas passadas o grau de exigência parental era enorme. As crianças eram criadas para serem adultos ‘civilizados’ e cientes de suas responsabilidades. É claro que isto não mudou. Todo pai e toda mãe quer ter a certeza de estar dando o melhor para seus filhos neste sentido. Mas percebo nos dias de hoje, com grande preocupação, que pais e mães se colocam diante de uma “missão impossível”: a de fazerem seus filhos permanentemente felizes não medindo esforços para que isto aconteça. A presença da palavra ‘permanentemente’ é o que faz toda a diferença em relação a tempos passados e tempos atuais. É claro que a felicidade dos filhos é importante, mas este um estado absolutamente improvável de acontecer de forma cotidiana e mais ainda sem interrupções e descontinuidade.E os pais precisam compreender este fato sem culpas, remorsos ou cobranças internas, caso contrário o risco de danos a este processo será enorme.
Criar filhos sempre foi e sempre será um gigantesco desafio. Mas o que noto de diferente de uma maneira bastante recente, em nossos tão loucos e acelerados dias, é que o desenvolvimento de tecnologias, o aumento da capacidade de acesso à informação e conhecimento, o aumento da qualidade de vida média dos indivíduos, elementos que deveriam tornar nossa existência na terra melhor, tem colocado os pais diante de paradoxos, contradições e improbabilidades assustadores.
Qual a resposta para isto, vocês podem estar me perguntando. Permitam uma dose saudável de contrariedades, algumas frustrações aqui e ali, leves impedimentos vez por outra e claros limites estabelecidos diariamente. A criança de hoje pode ficar raivosa, mas seus filhos quando adultos irão com certeza agradecer!