Sou a filha mais velha de uma irmandade de três mulheres, e certa vez, conversando com meu pai, ele me disse assim: “minha filha, quando os filhos nascem, eles não vêm ao mundo com um manual de instruções. Muito pelo contrário. Temos que encontrar o caminho a cada dia, com bom senso, muito amor e altas doses de esperança que o que fazemos dê certo!”
Passados tantos anos esta conversa que muito memarcou naquele tempo, continua super válida para dias atuais, pois em tempos de gigantescas transformações, maiores ainda são os questionamentos sobre como educar as crianças.
Estamos não mais diante de mudanças dentro de uma mesma era, mas de uma era que se transforma totalmente em outra, e que não temos muita certeza do que nos aguarda. Apenas sei que são mudanças irreversíveis para as quais os pais precisam se preparar.
Por quê está sendo tudo isso tão difícil? Porquê os seres que estão chegando na Terra possuem já, de uma forma bastante misteriosa para nós, a certeza do que aqui vieram fazer, impresso em seus olhos. Pelo menos é o que tenho visto em muitos bebês que observo. Mas como eles ainda são biologicamente frágeis e imaturos, necessitando por um bom tempo futuro da orientação de seus pais, o embate já começa por aí.
E muitas vezes percebo pais com enorme dificuldade em orientar seus filhos na difícil caminhada entre a expressão de seu amor e a valorização da liberdade de expressão, e os limites que precisam ser colocados ainda que seus pequenos rebentos não os aceitem. Árdua tarefa para aqueles que aceitaram a tão delicada, valiosa e inestimável missão da maternidade/ paternidade.
Mas continuo acreditando na capacidade humana de se re-inventar todos os dias, e na possibilidade de conhecimentos que vem sendo colocados a disposição. E lembro com carinho das palavras de meu pai, com a certeza de que a Humanidade sempre encontrará seu melhor.